sábado, 30 de maio de 2009

Guarda Portuária é a segurança por trás dos muros

Guarda Portuária é a segurança por trás dos muros
Texto de Mirian Ribeiro / Fotos de Leandro Amaral


Depois de 36 anos vivendo no ambiente de disciplina e formalidade que caracteriza a Marinha, o capitão-de-mar-e-guerra Cid Pereira Santos, 54 anos de idade, enfrenta há um ano e meio o que define como "o maior desafio de minha vida". Desde novembro de 2007 ele é o comandante da Guarda Portuária de Santos, um corpo de segurança criado em 1.893 (isso mesmo!) para vigiar e proteger o maior porto da América Latina.
Á frente de um efetivo de 420 guardas, 30 deles mulheres, Cid Pereira busca adequar a experiência acumulada em mais de três décadas de vida militar ao diversificado e imprevisível mundo do trabalho portuário.


A corporação funciona como um importante instrumento auxiliar das autoridades do porto, servindo à Alfândega, Polícia Federal, Capitania dos Portos, polícias Civil e Militar, saúde sanitária, meio ambiente, usuários e trabalhadores.
A frota conta com 16 viaturas para ronda, dois caminhões-bombeiro, um guincho pesado e duas lanchas para o patrulhamento interno do cais. A Guarda Portuária também atua no controle do trânsito interno, o que não é pouco trabalho: dependendo da safra, são até cinco mil caminhões transitando por dia.
Depois dos atentados de setembro de 2001, a Guarda Portuária ganhou mais uma atribuição: supervisionar o cumprimento do ISPS-Code, o plano internacional de proteção a navios e instalações portuárias. Ordem na casa - Formado entre os fuzileiros navais, Cid Pereira Santos entrou na Marinha com 16 anos e estava ainda na ativa quando foi convidado para participar do processo seletivo. Ele conta que sempre se interessou por segurança e fez um curso de pós-graduação na área, mas ainda assim sentiu o impacto da troca de ambientes.
"Aqui as coisas são mais informais, mas alguns procedimentos são parecidos, como o registro diário de ocorrências, que é feito desde 1893. Não precisa mudar, porque funciona, basta torná-lo mais ágil.”

"Investimos em um maior conhecimento da parte da segurança de instalações, primeiros socorros, tiro, observação, abordagem de pessoas e veículos, legislações aduaneira e portuária. No cais, a autorização para entrar na área primaria é da Alfândega, mas o controle local é da Guarda, por isso é preciso conhecer as leis", explica o comandante.
Com relação a possíveis deslizes por parte de seus subordinados, o comandante é taxativo: "O porto é uma área crítica. Uma coisa é a falha por erro de avaliação, outra é a falha deliberada. Nesse caso, instala-se procedimento administrativo, que pode resultar em suspensão e até demissão".





Motivação e imagem - Como fontes de motivação, Cid Pereira cita a possibilidade de criação e oferecimento de cursos à corporação, inclusive de gestão de segurança portuária, de nível superior, através de convênio com universidade. "Também estamos realizando um curso de liderança e relacionamento interpessoal, para um debate mais direto com o guarda. Queremos aumentar nossa presença no cais, investindo na capacitação técnica, no atendimento ao público e na melhora das instalações".
O calcanhar-de-aquiles da Guarda Portuária é o salário: cerca de R$ 700,00 (menos de dois salários-mínimos) por 6 horas de trabalho, razão pela qual a maioria dobra a jornada. O processo seletivo (o último foi em 2005) exige 2º grau completo, exame de aptidão física e curso de formação de três meses.


Uma guarda engenheira


Formada em engenharia da computação, Denise Savary Antonio tem 32 anos de idade e é guarda portuária há quatro. Para quem estranha o trabalho, ela explica: "Cheguei a fazer estágio e tentei emprego na minha área, mas não consegui. Surgiu o concurso, passei e aprendi a gostar. Só não gosto do horário, porque a gente acaba dobrando para melhorar o ganho e fica puxado. O salário é pouco, mas o emprego é mais estável", justifica.
Para quem conhecia o porto somente de dentro do ônibus que passa na avenida externa, até que Denise se familiarizou logo. "No início achei feio, malcheiroso, mas a gente se acostuma. Nem todas as mulheres têm perfil para trabalhar aqui, não pode ter frescura. Nunca tive problema. Os caminhoneiros e estivadores me respeitam.”
Solteira, sem filhos, Denise é praticante de esportes desde pequena, há pouco mais de um ano começou a competir no triatlo amador e já de cara ficou em segundo lugar na classificação geral do SP Open, em 2008.
"Este ano estou perseguindo a primeira colocação", afirmou, com a obstinação de quem ocupa as horas de folga praticando. "O fato de sempre ter feito esporte me ajudou muito na prova de aptidão física. Os candidatos tiveram que nadar, correr e fazer exercícios localizados e muita gente acabou barrada aí.”

Fonte: http://www.jornaldaorla.com.br/noticias_integra.asp?cd_noticia=3276#

Um comentário:

Anônimo disse...

Registor do Deputado Arnaldo Faria de Sá, na Sessão de hoje, 12-08-2009


CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ SEM SUPERVISÃO
Sessão: 200.3.53.O Hora: 15:40 Fase: PE
Orador: ARNALDO FARIA DE SÁ Data: 12/08/2009

Registrar, também, que se encontram aqui na Casa, os representantes das Guardas Portuária, para que a gente possa votar rapidamente o Relatório que garante o Poder de Polícia às Guardas Portuárias. Muito Obrigado Senhora Presidente.

61.3215.5929